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Com o objetivo de conhecer o impacto da presença da universidade pública nos territórios e comunidades da Baixada Santista, o Observatório do Instituto Saúde e Sociedade (ISS) se aproximou do Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEPS), do Departamento Regional de Saúde (DRS-IV – órgão estadual), para organizar um registro histórico das atividades da Unifesp na região, desde a sua implementação nos anos 2004/2005.

A parceria do Observatório com o NEPS começou em abril de 2023, a partir do levantamento de documentos do setor. Foram realizados contatos e entrevistas com os responsáveis pela Educação Permanente em Saúde (EPS) nos nove municípios que compõem a Região Metropolitana da Baixada Santista. No segundo semestre de 2023, a equipe do Observatório participou de reuniões mensais, ao lado da representação docente do ISS junto ao Núcleo, o que fortaleceu vínculos, permitiu ouvir as demandas regionais e possibilitou a construção de um compilado de memórias, mapeamento e reflexões acerca da participação da Unifesp na Baixada Santista.

Importante ressaltar que a Educação Permanente em Saúde é uma política oriunda da Portaria nº 1.996, de 20 de agosto de 2007, que “deve considerar as especificidades regionais, a superação das desigualdades regionais, as necessidades de formação e desenvolvimento para o trabalho em saúde e a capacidade já instalada de oferta institucional de ações formais de educação na saúde”. Portanto, o NEPS tem papel fundamental para o desenvolvimento da nossa região. A parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) contribui para potencializar as ações em benefício da população, sobretudo, aquela que vive em situação mais vulnerável, em comunidades carentes.

As ações do ISS junto ao NEPS/DRS-IV estão alinhadas com os objetivos estratégicos direcionados pelo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Unifesp, a partir da ampliação da interação com as comunidades dos entornos do campus, desenvolvimento de parcerias para impacto social, popularização do conhecimento produzido pela universidade para fortalecer laços sociais e consolidar o Observatório “como instrumento de fortalecimento da articulação Universidade-Sociedade, na perspectiva de garantir direitos, subsidiar a gestão pública e ações coletivas de cidadania” (PDI 2021-2025).

Mapeamento das ações

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O trabalho do Observatório do ISS junto ao Núcleo de Educação Permanente do Departamento Regional de Saúde da Baixada Santista (NEPS/DRS-IV) começou com o mapeamento das ações e, no segundo semestre de 2023, com a participação em reuniões. As informações que constam no mapeamento são decorrentes das atas de reuniões do NEPS e da memória dos atores presentes neste espaço.

Em uma segunda fase, a proposta do Observatório do ISS foi conhecer de perto as raízes e os frutos da atuação da Unifesp na área da saúde, na região. Intensificou-se, então, o diálogo com a diretora técnica do NEPS, Maria José da Silva, e com representantes municipais de Educação Permanente de Praia Grande, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Itanhaém.

Segundo as percepções transmitidas por esses agentes, as ações com maior impacto ocorreram a partir do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), especialmente citadas as edições: GraduaSUS (2016-2017), Inter profissionalidade (2019-2020) e Gestão e Assistência (2022-2023). Este programa conta com a inter-relação e participação de tutores (professores da universidade), preceptores (profissionais do serviço), alunos (diferentes cursos da graduação em saúde), e demais profissionais da saúde e munícipes usuários do SUS.

Outras ações que tiveram destaque foram a Roda de música e saúde (2021) e o Grupo de estudos e pesquisa sobre práticas – GEPRA (2021). É preciso ressaltar, também, o projeto ´Trabalho em saúde pós quarentena Covid-19, medo e trauma, escuta qualificada de agentes comunitários de saúde e enfermeiros na Região Metropolitana da Baixada Santista`, orientado pela professora Laura Câmara, representante titular do Instituto Saúde e Sociedade no NEPS. Este trabalho surgiu a partir das demandas discutidas durante reuniões mensais do NEPS/DRS-IV, quando se observou a necessidade de acolher o sofrimento dos profissionais da saúde, gerando junto ao projeto de extensão Rede Sentinela, a escuta qualificada de agentes comunitários de saúde e enfermeiras.

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