MAPEAMENTO

LOCALIZAR SIGNIFICA MOSTRAR O LUGAR. lupaolho
QUER DIZER, ALÉM DISTO, REPARAR NO LUGAR.
AMBAS AS COISAS, MOSTRAR O LUGAR E REPARAR NO LUGAR, 
SÃO OS PASSOS PREPARATÓRIOS DE UMA LOCALIZAÇÃO.
MAS É MUITA OUSADIA QUE NOS CONFORMEMOS COM OS PASSOS PREPARATÓRIOS.
A LOCALIZAÇÃO TERMINA, COMO CORRESPONDE A TODO
MÉTODO INTELECTUAL, NA INTERROGAÇÃO QUE PERGUNTA PELA
SITUAÇÃO DO LUGAR.
(HEIDEGGER, 1998)

mapeamento rmbsO mapeamento de informações enquanto um dos eixos de atuação e princípio conceitual resgata na geografia o conceito da ação de mapear, enquanto identificação, localização, expressão por meio da representação gráfica numa base espacial que ao longo da história passamos a chamar de mapas (MARTINELLI, 2019). A palavra mapa deriva do termo latino mappa que significa toalha de mesa ou guardanapo, costumeiramente os navegantes traçavam rotas nas toalhas e guardanapos, batizando as traçadas no tecido com o mesmo nome. “A palavra francesa para mapa - carte - tem sua origem numa palavra latina diferente, carta, que também fornece a raiz para os termos italianos e russo carta e karta, e se refere a um documento formal” (BROTTON, 2014, p.21). A ciência que se dedica a estudar as representações gráficas dos espaços geográficos é a cartografia, tendo como um de seus produtos os mapas. O conceito de cartografia proposto pela Associação Cartográfica Internacional (ACI), em 1966, e ratificado pela UNESCO, no mesmo ano, afirma que:

"A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações diretas ou a análise de documentação, se volta para a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e Socioeconômicos, bem como a sua utilização." (IBGE, 1998)

Compreendemos a cartografia e o mapeamento das informações como importante estratégia, que por meio da sua função tríplice nos fornece meios para “registrar e tratar dados, bem como revelar informações neles seladas” (MARTINELLI, 2019, p.30). É no campo do registro e da sistematização de um conjunto de informações que o traçado do mapa nos aponta as perguntas que ele guarda. Mais do que respostas, os mapas nos contam perguntas que nos interrogam sobre seu próprio fazer e sobre quais escolhas se deram em sua construção.

Assim, não basta que os mapas respondem apenas à pergunta “Onde fica?”. Hoje, eles precisam responder também a outras questões como “O quê?”, “Por quê?”, “Em que ordem?”, “Quanto?”, “Quando?”, “Em que velocidade?”, “Por quem?”, “Com que finalidade?” e “Para quem?” (MARTINELLI, 2019, p. 34).

 De modo que “(...) não se pode falar de cartografia nem falar de cartografia temática sem referir ao mapa, ao processo mediante o qual ele é criado e ao contexto social no qual ele se insere” (ibid, 2019, p. 31).

Neste sentobjetivos 1ido, é importante resgatar o contexto social no qual o eixo mapeamento do Observatório Institucional do Instituto Saúde e Sociedade se insere. Fundamentamos o nosso objetivo da ação de mapear na Política de Observatórios da Unifesp (1), dando destaque às diretrizes da instituinte 6 em diálogo com PDI de 2016 - 2020, que dedica-se à Ampliação da relação entre Universidade, Sociedade e Políticas Públicas, que prevê:

6.1. Ampliar os reconhecimentos público, acadêmico, cultural e social da Unifesp, em âmbitos regional, nacional e continental;

6.2. Mapear, divulgar e fortalecer pesquisas, projetos e programas realizados pela Unifesp com impacto social, cultural e em políticas públicas (UNIFESP, 2019 - grifos da equipe do Observa - ISS)

Ancoramos nessas diretrizes nossas ações de mapeamento, construindo as perguntas que guiarão a identificação das coordenadas geográficas, buscando registrar e tratar um conjunto de dados, com o objetivo de acompanhar, monitorar e avaliar os desdobramentos das atividades de ensino, pesquisa e extensão do campus, dando visibilidade e expressão de sua abrangência e seus desdobramentos na sociedade.

Os mapas sempre fazem escolhas em relação ao que incluir e o que omitir, mas é no momento em que essas decisões são tomadas que Oscar Wilde sonha com a possibilidade de criar um mundo diferente - ou até mesmo novos mundos para além do conhecimento (que é uma das razões pelas quais escritores de ficção científica são atraídos irresistivelmente para os mapas). Como Ortelius admitiu, cada mapa mostra uma coisa, e portanto, não mostra outra, e representa o mundo de uma maneira, e em consequência, não de outra. (BROTTON, 2014, p.22-23)

A escolha de que maneira mostrar e do que mostrar neste mapa em construção se apoia sobre este percurso apresentado nas diretrizes da política dos Observatórios Unifesp e dos objetivos do projeto do Observatório Institucional do ISS, com o interesse em responder às perguntas de Martinelli (2019) e dar voz a um conjunto de experiências de um determinado período de tempo.
mapeamento territorios

Com o avanço das tecnologias e das ferramentas digitais, algumas técnicas da cartografia incorporaram meios de digitalização, técnicas de geoprocessamento e sistema de informação geográfica (SIG). Foram criados softwares livres de acesso gratuito na internetmapeamento esta ai e aplicativos de serviços para o processamento de informações, sendo possível dispor dados e indicadores sobre um determinado território, representado graficamente, gerando mapas temáticos (MARTINELLI, 2019). Por meio de estudos de diferentes ferramentas e pela inspiração na experiência realizada pela Câmara de Extensão e Cultura - ISS (CAEC), os dados do eixo mapeamento serão georreferenciados através do My Maps que é um serviço do Google (2) de acesso gratuito que permite a realização de mapas personalizados e temáticos. Neste serviço, há opções de customização do mapa através de camadas, marcadores e suas respectivas cores. O Google My Maps possibilita inúmeras edições, desde o título do mapa, a descrição do mapa, o nome de cada camada, os estilos, os atributos e os demais dados associados com os marcadores, a ferramenta também permite ser incorporada no website institucional, é disponibilizado um link de acesso, que pode ser usado para compartilhamento com outras pessoas, o que facilita processos de mapeamentos participativos e colaborativos.

 PROCEDIMENTO CARTOGRÁFICO

O mapeamento das atividades de ensino, extensão, pesquisa e pós-graduação terão particularidades em seu desenvolvimento. Como citado anteriormente, iremos inspirar nossos procedimentos no documento “Programas e PROCEDIMENTO CARTOGRÁFICO mapa processoprojetos de extensão da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) no campus Baixada Santista (2014 – 2019): caracterização de dados e utilização do Google My Maps para o mapeamento das ações” (3).

A partir da apropriação deste documento, do diálogo com a CAEC e das oficinas de estudos sobre a ferramenta Google My Maps, desenhamos o Mapa Processo - Figura ao lado -  dos nossos procedimentos georreferenciados desse eixo.

Há muitas particularidades nesse processo, o “mapa dos procedimentos” dará conta de apresentar e de se fazer visualizar as atividades de pesquisa e atividades de ensino no âmbito da graduação que estão inseridas no território. Assim, como já aconteceu com os projetos de extensão, apresentados pelo mapa da CAEC (4) que será compartilhado conosco. Para tanto, compreendemos território, como o território usado (SANTOS, 2001), e aqui faremos uso dele como o lugar onde a vida acontece (MONKEN & GONDIM, 2016), portanto, os locais onde habitamos, vivemos, trabalhamos, construímos identidade.

NOTAS
1 - Resolução no 01/2019 do CoEC, de 15 de agosto de 2019 que dispõe sobre a Política de Observatórios Unifesp e, em seguida, aprovada no CONSU pela Resolução 177, de 13 de novembro de 2019.

2 - Link: https://www.google.com/intl/pt-BR/maps/about/mymaps/

3 - Disponível no link: https://caec.iss.unifesp.br/images/doc/levantamentos/Levantamento_3.pdf

4 - Disponível no link: https://caec.iss.unifesp.br/sobre/indicadores-de-extensao-no-campus/georreferenciamento-de-programas-e-projetos-de-extensao-do-campus-2019

Acesse o material na íntegra! 

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